Nossa
querida Ponta Porã está de aniversário, e não é qualquer
aniversário, são cem anos de uma rica história, onde duas nações
compartilham de peculiaridades e costumes únicos no coração da
América do Sul.
Conhecida como a mais
paraguaia de todas as cidades brasileiras, Ponta Porã carrega entre
algumas peculiaridades, a música, a gastronomia, os idiomas
entrelaçados (espanhol, guarani e português) e uma linha imaginária
dividindo os países, ao qual se tem a impressão de uma única
cidade.
Ponta Porã é terra de
muitos povos, chineses, japoneses, taiwandeses, libaneses, turcos e o
mais interessante, um fruto híbrido desta região, os brasiguaios,
provando que os vestígios de uma antiga guerra entre os países se
findou, e hoje o que se tem por aqui é a paz entre os povos.
Sou filho desta terra, e
me orgulho disso. Me decepciona ouvir as pessoas criticando nossa
cidade, e muitas vezes querendo a todo custo ir morar longe daqui.
Aliás, diz uma velha lenda guarani, que quem nasce na terrinha,
morre nela, ainda que passe boa parte da vida em outro local, por
final sempre acaba voltando.
Nosso povo é acolhedor
e hospitaleiro, contador dos melhores causos em uma roda de tereré.
Mas dizem que a fronteira é violenta, e o tráfico de drogas fomenta
desgraças! E eu respondo, e em qual local do planeta terra isto não
acontece? Não que devemos nos acostumar com impunidades, mas destes
100 anos, participei de ¼ de vida da nossa cidade, e posso com
certeza afirmar que aqui não existe bala perdida, a bala é sempre
“acertada”. Um homem de bem dificilmente irá ter algum problema
correlacionado ao banditismo e tráfico de drogas.
Falemos
então de coisas boas, estamos localizados ao centro de duas grandes
cidades, onde temos fácil acesso, Campo Grande e Assunção. Temos
em nossa fronteira o charme de um clima andino, ainda muito pouco
explorado pelo turismo. Quem não se impressiona com a nevoa branca
que desce de uma hora pra outra aqui? Por falar em potencial
turístico, somos sim um centro turístico de compras, porém
precisamos ser mais regionalistas, pois, en
la frontera solo hay un pueblo, somos uma só nação.
Temos
como diferencial, o fácil e rápido acesso as maiores tecnologias,
no que se refere em eletro eletrônicos, e o melhor, a um custo
infinitamente abaixo do mercado. Por falar em custo, o nosso custo de
vida, é um dos mais em conta do estado.
Se pudesse definir nossa
cidade em uma só palavra, ela seria miscigenação. Dificilmente
encontrará outra cidade como a nossa princesinha dos ervais, que
teve seu desenvolvimento inicial, fomentado pela exploração dos
campos de erva mate nativa, ganhando o apelido carinhoso nos anos
iniciais de sua criação.
Ponta
Porã, que nestes próximos cem anos continue a passos firmes
seguindo para o desenvolvimento social e cultural. Parabéns minha
cidade!!!
João
Caetano - Músico/Compositor,
Conselheiro
municipal de cultura,
líder
da banda Surfistas de Trem,
Economista
e colaborador do JR.
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critique, opine !!!
Não
se cale, pois quem cala consente.
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