Enquanto
o Brasil e o mundo dançam e rebolam ao som do hit do momento, Ai se
eu te pego, de Michel Teló, a princesinha dos ervais mais uma vez
mostra por que pode ser considerada a capital alternativa do estado.
Mesmo nosso estado sendo a principal e precursora escola do sertanejo
universitário, Ponta Porã tende a seguir e fortalecer cada vez mais
o lado B da música do MS.
Diferentemente
das demais cidades do Mato Grosso do Sul, aonde cresce cada vez mais
o número de duplas e grupos sertanejos, na atual fronteira quem
está protagonizando a cena musical é o meio alternativo, que
movimenta, produz e cria música.
Em
um movimento ao qual denomino como, moderna música fronteiriça,
nossas bandas tem criado muita coisa boa, dando visibilidade e
credibilidade a nossa música. Atualmente contamos com boas e
autênticas bandas, das mais diferentes vertentes da música
alternativa, e o melhor de tudo são que as bandas tem produzido e
aperfeiçoado cada vez mais suas músicas próprias, o que é um
grande feito para o cenário musical da fronteira.
Vale
a pena destacar que este visível boom da produção musical
alternativa da fronteira deve-se a união entre os músicos, que não
medem esforços para produzirem e divulgarem seus trabalhos, seja na
internet ou em eventos voltados para a comunidade alternativa. As
fronteiras das diferenças de estilo foram derrubadas e hoje todas as
bandas ou quase todas, estão unidas e se ajudando, velhas rixas e
desavenças, que outrora eram comuns entre as bandas, foram deixadas
de lado, e o bem comum a todos, a produção autoral, fez-se
prioridade.
Um
claro exemplo deste atual momento, é o Hangar 180, espaço
alternativo aberto para nossas bandas interagirem e se apresentarem
na fronteira. Idealizado pelo músico, Alexandre Parra, o Hangar 180
tem sido o refúgio da galera alternativa, que tem se feito presente
nos pequenos festivais realizados no espaço. No último dia 21
(sábado), o espaço foi aberto e contou com bom público, que pode
conferir toda a criatividade das bandas, Sociedade dos Sonhos,
Surfistas de Trem, Atos Falhos e X-Drive. Todos os shows mesclaram o
repertório com covers e músicas próprias, demonstrando que na
fronteira também se faz música boa.A
Sociedade dos Sonhos e X-Drive, bandas de integrantes mais novos,
apresentaram shows de qualidade e autenticidade, afirmando que a
renovação entre os músicos está acontecendo e o movimento tende
somente a crescer.
Seguindo
a tendência do autoral, as bandas cada vez mais apresentam seus
singles, e uma boa quantidade destes já são conhecidos por toda
fronteira. Vale a pena destacar dentre essas novas canções
fronteiriças, Homem contra o tanque (Atos Falhos), Soy Surfista e
Canto pra Jah (Surfistas de Trem), Ladrón (Tokomadera) e Um pouco de
todos nós (Retorno Comum).
Com
o crescimento da produção autoral na fronteira, nossa música ganha
força, e o que hoje é ainda o princípio de um novo movimento
musical, começa a ser reconhecido pelo restante do estado, e nossas
bandas começam a ganhar visibilidade por isso. Um exemplo disto são
as participações dos Surfistas de Trem e Retorno Comum, nos
projetos realizados pela Fundação de Cultura do MS. Os Surfistas de
Trem que no ano passado se apresentou do Som da Concha e integrou o
Kit de Difusão Musical, deu o ponta pé inicial para a invasão
fronteiriça na capital.
Neste
domingo (28/01/2012) quem representa nossa produção musical na
capital, é o Retorno Comum, que conta com os músicos Marlon
Monteiro (voz e violão), Skiter e Marquinhos (guitarras), Maicon
(baixo) e Joe (bateria). O Retorno Comum, se apresenta ao lado de uma
das maiores bandas de rock do estado, a Jeniffer Magnética. Abrindo
o projeto Som da Concha 2012, o Retorno que é figurinha carimbada na
fronteira, irão apresentar na Concha Acústica Helena Meireles, todo
feeling que os fizeram como uma das melhores bandas da fronteira.
Sendo assim, desejo sorte e sucesso para todos nós, músicos da
fronteira, que ainda com imensas dificuldades e falta de apoio
conseguimos driblar as barreiras e pouco a pouco ganhar mais espaço
e reconhecimento com nosso trabalho. Que continuemos unidos, pois
todos nós temos um bem comum, expor nossas ideias através de nossa
música, e juntos temos mais força, pois sonho que se sonha só é
somente um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade. Boa
Sorte aos meus “chapas” do Retorno Comum que com a participação
neste importante projeto, fortalece ainda mais nossa música, e prova
mais uma vez que existe vida inteligente além do velho e saboroso
tereré.
João
Caetano, músico/compositor
,
líder da banda Surfistas de Trem,
Economista
e colaborador do JR.
Comente,
critique, opine !!!
Não
se cale, pois quem cala consente.
E-mail:
surfdetrem@yahoo.com.br
quem curte o movimento alternativo fica feliz por saber de tantas bandas que estao surgindo na fronteira. O importante nao é tirar o lugar de outros estilos mas sim achar, cada um, o seu lugar . Sucesso a todos voces.
ResponderExcluirRogerio B Leonel.